Empoderamento Feminino

Encontros e reencontros, desatando nós – ou transformando-os em laços

Dos encontros nascem reencontros. Não só de pessoas e corpos, como de sentimentos e energias, e de você consigo mesmo. Reencontrar significa encontrar novamente, em outro momento. Outro momento significa que o que foi antes já não o é mais – não necessariamente, ao menos. Estar aberto à mudança é estar aberto a ver as coisas, amanhã, de forma diferente do que vemos hoje e do que vimos ontem. Aliás, estar aberto à mudança e aos reencontros ricos significa não ver nada com as formas que já conhecemos e sim deixar os novos acontecimentos, sentimentos e momentos tomarem suas próprias – e NOVAS – formas.

Fonte da imagem: weheartit

Não se pode construir o novo quando se está fixado no velho. Não se pode conquistar a gratidão, a libertação, o reconhecimento, a satisfação, o amor próprio – e pleno – quando se está amarrado a velhas mágoas, crenças, rancores, sofrimento e lembranças ruins que já não fazem mais sentido. Graças ao discernimento humano, podemos aprender com quase tudo que nos acontece na vida e daí criar novas formas de viver e ressignificar velhos acontecimentos.

Pra tudo isso é preciso vontade: de mudar, de ver o mundo com novos olhos, de ser mais agente da própria vida, de desatar nós internos – ou transformá-los em laços – antes que eles virem um bololô. Também é preciso um quê de carinho com o mundo, com os outros, consigo (não exatamente nessa ordem) para se desejar o melhor e aceitar a mudança. O carinho é o que nos permite entender porque agimos, como agimos ou até porque não agimos quando deveríamos tê-lo feito. E não, o carinho não é acomodação: até para exigir novas posturas de nós mesmos e dos outros é interessante entender e aceitar o que passou. Entender para que o passado não fique sempre como molde, contrapondo o futuro que nem chegou ainda e já está cheio de “assim pode” e “assim não pode”. Aceitar para poder dar um passo adiante com as coisas que a mente em paz faz bem melhor que a mente rancorosamente apegada a um passado: agir, transformar e criar com liberdade, criatividade, paixão, ousadia…

Por fim, mas não menos importante: nunca podemos esquecer o valor que o tempo – e só ele – tem. Gosto muito de uma frase que adoraria conhecer a autoria: um homem não consegue ter um filho em um mês se engravidar nove mulheres ao mesmo tempo. Uma das grandes belezas da vida está no tempo que corre, ou que deixa as coisas correrem e arrastarem.

Discernimento, vontade, carinho, aceitação, o tempo… E de repente um reencontro – até nosso com nós mesmos, em outro momento, com outro olhar – transforma mágoa em aprendizado, ressentimento em reconhecimento, frustração em autoconhecimento, amarras em libertação e amor. Com laço em cima para enfeitar e comemorar.

TEDxTalk do mês: esse artigo foi escrito profundamente inspirado pela TEDxTalk de Brené Brown sobre O poder da vulnerabilidade.

Natália Menhem é  co-fundadora e diretora da empresa Sustenta Projetos, criada para fortalecer o mercado de  geração de impactos socioeconômicos positivos., por meio de estudos, mapeamento, relacionamento e fortalecimento institucional.  Cientista social formada pela UFMG, foi examinadora do Prêmio Mineiro de Gestão Ambiental em 2011, mesmo ano em que assumiu a diretoria do Instituto Artivisão, fez o curso Usina de Ideias, na Artemisia e saiu do emprego para abrir seu próprio negócio. Em 2012 foi selecionada pelo Projeto Dignidade, da Fundação Dom Cabral, para receber capacitação em negócios como empreendedora inclusiva. É co-organizadora do TEDxBeloHorizonte.

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