Empoderamento Feminino

Qual caminho você quer trilhar?

Por Anna Hilbert

Você passa a adolescência inteira pensando no último ano do colégio. Você precisa decidir o que cursar, em qual universidade estudar, afinal seu futuro vai depender – e muito – dessas escolhas. Já quis ser neurologista, já quis ser advogada e acabei optando por jornalismo. Mas antes de começar a faculdade, uma experiência mudou meu jeito de ver o meu futuro e despertou meu lado empreendedor.

Tive que esperar um ano após o fim do ensino médio para começar a faculdade. Poderia ter sido um ano ‘perdido’ se minha mãe não tivesse conseguido realizar um sonho antigo – ter uma loja de artesanato. Aos dezoito anos me vi sócia de uma empresa, tendo que aprender a lidar com cliente, prazos de entrega, produção, controle de estoque, além de aprender a dar aulas. Foi uma época um pouco conturbada, com problemas familiares, e eu acabei me vendo muitas vezes sozinha na loja, tendo que ser todas aquelas funções – às vezes ao mesmo tempo!

Depois de três anos, decidi me dedicar à faculdade e comecei a fazer estágio, mas a loja continuou com minha mãe e meu pai no comando. Passei por televisão, jornal, revista e agências de comunicação. Confesso que, em algum momento dos estágios eu questionava minha decisão: “Eu tenho a oportunidade de ter meu próprio negócio, mas estou aqui, respondendo a ordens que não vão me levar a lugar nenhum”. Engano meu. Tive a oportunidade de ser ‘funcionária’, de ter um chefe, de entender como eu não deveria tratar uma pessoa (sim, os chefes e colegas podem ser cruéis e você não quer isso para outras pessoas!), de ter uma experiência única em cada área do jornalismo e de conhecer pessoas incríveis. Mas, mesmo sem saber, era meu lado empreendedor que fazia com que eu questionasse os estágios.

Fonte da Imagem: Trevisart Estúdio Fotográfico


Meu último estágio foi especial. Eu estava no penúltimo ano da faculdade e entrei em uma agência de publicidade. A missão era criar o setor de mídias sociais, que não existia e não tinha ninguém especializado na área – nem meu orientador (que inclusive nunca vi!). Comecei a gerenciar fanpages de alguns clientes que a agência já tinha e a ganância do gerente de vendas o fez estipular uma meta de ter 100 clientes em mídias sociais em até 3 meses. Eu estava há dois meses no estágio e esta ideia surgiu. Numa conversa sobre qualidade de entrega do serviço este mesmo gerente me disse que “precisamos usar de malandragem com os clientes”. Eu fui para a agência no dia seguinte e comuniquei minha saída do estágio, eu não pertencia àquele lugar e não compartilhava do mesmo pensamento.

Parei para pensar sobre o meu futuro e vi uma oportunidade de mercado – atender aos clientes que buscavam um trabalho especializado em mídias sociais. Consegui um sócio para esta nova jornada, abri a empresa e no primeiro mês consegui dois clientes e comecei a viver novamente o papel de multi funções – e ainda tinha que terminar a faculdade e fazer a pós-graduação.

Em quase quatro anos de agência aprendi coisas e vivi situações que nunca imaginei que poderia viver. Aprendi muito com as parcerias erradas, daquelas que só o parceiro ganha. Tive que aprender a lidar com vários tipos de donos de empresas (nem todos são empreendedores), dos mais humildes aos mais orgulhosos. Contratei uma estagiária, que me chamava de chefe e eu não gostava disso, e a trouxe para dentro do home office. Aliás, foi uma experiência incrível ter outra pessoa para dividir o trabalho. Aprendi o quão importante é ter noções de gerenciamento e administração de empresas. Resumindo: aprendi que ser empreendedora não é fácil, mas é uma delícia!

A empresa evoluiu e nosso foco passou a ir além de gerenciamento de conteúdo para mídias sociais, mas o mercado na cidade onde estávamos não favorecia nosso crescimento. Foi então que surgiu a ideia de mudar para Curitiba e é claro que as escolhas exigem renúncias. Eu e meu sócio deixamos a família, os amigos e nossa casa, vimos nossa vida em caixas e partimos para uma vida diferente. A mudança foi bem no início do ano e na lista de resoluções apenas um foco: trabalho. Trabalho muito mais do que há um ano, mas muito mais feliz, afinal nossos objetivos estão sendo alcançados.

No terceiro ano do ensino médio, imaginei um futuro bem comum que envolvia ter carteira assinada, trabalhar oito horas por dia e relaxar aos domingos.

Como vejo meu futuro hoje? Trabalhando com meu próprio negócio, de qualquer lugar do mundo, quantas horas forem necessárias para concluir um projeto (em qualquer dia da semana).

Acredito que empreender é ter liberdade, mas somente com muita dedicação é que os resultados vão aparecer. Você vai ser aquilo que deseja ser, então conta pra mim, você está trabalhando pelo futuro que deseja ter/ser?

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