Empoderamento Feminino

Sim, nós podemos!

Por Mara Gabrilli

No 24/2, celebrou-se a conquista do voto feminino no Brasil. Decretado no Governo Vargas há 83 anos, a decisão também garantia às brasileiras o direito de serem eleitas para cargos legislativos e executivos.

Passadas mais de oito décadas, o que de fato hoje podemos comemorar?

Após muita luta para deixar o plenário da Câmara acessível, iniciamos este ano uma legislatura muito mais democrática. Pela primeira vez na história teremos duas mulheres na Mesa Diretora da Câmara: eu, comandando a terceira secretaria, e a deputada Luiza Erundina, como terceira suplente.

Fonte da imagem: Agência Bolacha

Fui a primeira tetraplégica a usar o sistema de voto que funciona por meio do movimento facial.  Sei o quão importante será para este mandato ter uma pessoa com deficiência participando de importantes decisões na Câmara, local onde se aprovou a Lei de Acessibilidade. O Brasil só tem a ganhar quando tem representantes de todas as diferenças trabalhando para igualar direitos.

Claro que ainda temos muito a fazer e conquistar. A discriminação contra a mulher, a pessoa com deficiência e qualquer outro grupo considerado minoria só vai acabar com o investimento em educação, inclusive de formação política e cidadã.

Hoje, já vimos muita coisa acontecer neste sentido. Muitas mulheres, por exemplo, desenvolvem seu potencial de gestão fora da política. Em São Paulo, a maioria das lideranças de bairro é formada por mulheres. Elas não só brigam pela melhoria da vida de sua família, mas de toda a comunidade. Cobram por vagas em escolas, como também estão atentas à verba que o município dispõe à educação. Reivindicavam acessos, tratamento adequado para o filho, transporte adaptado, medicamentos, igualdade. Com isso  me norteiam para realizar muitos projetos.

Minha mãe sempre acreditou na minha capacidade de mudar a vida das pessoas e foi por conselho dela que entrei para a política. Mas me inspiro muito em meu pai para gerir com pulso firme, sem deixar de lado o amor pelas pessoas. No fim, o gênero não faz diferença. O que conta é a vontade que cada um carrega de transformar.

 

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