Empoderamento Feminino

Saindo da casinha

Há entre diversos autores nacionais e internacionais, historiadores, cientistas políticos, antropólogos, psicólogos e tantos outros, um consenso em relação ao posicionamento social crescente da mulher, iniciado no século XX, quando se observa a sua participação no campo profissional.

Fonte da imagem: Empreendedorismo Rosa

Muitos anos foram necessários até que tivéssemos, em destaque, a partir da década de 90, mulheres na Presidência dos países da América Latina a despontar com maior propulsão após a primeira ser eleita: Violeta Chamorro (Nicarágua – 1990/1997); Janet Jagan (Guiana – 1997/1999); Mireya Moscoso (Panamá – 1999/2004); Michelle Bachelet (Chile – 2006/2010); Dilma Roussef (Brasil – 2010); Laura Chinchila (Costa Rica – 2010) e Cristina Kirchner (Argentina – 2011). Outras ocuparam interinamente o cargo em seus países como Lidia Tejada (Bolívia em 1997); Ertha Trouillot  (Haiti em 1991), Rosalia Arteaga (Equador em 1997 ),  não esquecendo a precursora María Estela Perón que na, década de 70, abriu o caminho da presença feminina na Presidência ao assumir o cargo com o falecimento de seu marido.

Ter uma representante feminina na Presidência de um país, decerto fortalece a presença de mulheres em cargos não eletivos em seus espaços profissionais, mas a competência, a flexibilidade, maturidade empresarial e outras características embasam o empoderamento em ascensão deste grupo social. As profissionais do sexo feminino ainda sofrem sim, a discriminação de serem menos remuneradas ao assumirem cargos de direção, gerência e de hierarquia, ainda que muitas empresas estejam desenvolvendo políticas de diversidade ou ações afirmativas, imbuídas de eliminar esta diferenciação no campo organizacional.

Embora tudo isto esteja inserido em nosso contexto social, a mulher vem desbravando espaços de atuação, conquistando espaços considerados masculinizados como o futebol. Algumas mulheres marcaram presença e dirigiram clubes como: Flora Viola, conhecida como “Dona Flora” ao presidir, no ano de 1991, por três meses o AS Roma; Tereza Rivero (Rayo Vallecano – Espanha ); Elisa Martins (Português GD – Valpaços); Gisela Oeri (Basileia – Suíça); Anna Elorriaga (clube espanhol Athletic Bilbao), Francesca Menarini (Bolonha – Itália ), María Pavón (clube espanhol CD Leganés ) e Patrícia Amorim ( Flamengo – Brasil ).

Sim, vivemos um momento e uma década de mudanças, refletido não apenas pelas novas tecnologias, pelos instrumentos como computadores e suas recentes e diferentes versões, celulares, televisões, sons e tantos outros, mas acima de tudo pela participação da mulher. Vislumbramos olhares distintos para a mulher empreendedora, que inova não apenas no ambiente profissional no qual se insere, mas também em seu negócio e nos espaços que ocupa no cenário reconstruído dia a dia.

Agora, inovação e criatividade são palavras e atitudes da vez e trazem no bojo a proposta de mudança. Todas nós devemos rever nossos valores e nos posicionarmos em relação ao que há como filha, esposa, mãe, profissional, como mulher. Algumas insistem em propiciar às suas filhas um universo limitado, aquele que implica no aprendizado somente dos cuidados com o lar, mas as próprias filhas já observam: é hora de sair da casinha e ganhar novos horizontes.

Daise Rosas da Natividade  é psicóloga, autora de artigos sobre Empreendedorismo Feminino, pesquisadora sobre o tema e empresária da EOSS Consulting LLC, AfroBrasil Turismo e Stúdio Quilamú. Participante de organizações internacionais de apoio a Mulheres de Negócios WEConnect e Vital Voices. Desenvolveu políticas públicas em autonomia econômica para a SPM em parceria com IBAM, SEBRAE e BPW, coordenando o Programa Trabalho Empreendedorismo da Mulher em Brasília e atuando no RJ e Recife. Coordenou o Programa de Desenvolvimento Organizacional para uma Incubadora de Negócios. Prestou consultoria em orientação para os negócios em Angola e atualmente para Moçambique, com foco no atendimento para mulheres e orientação para desenvolvimento local e sustentável.

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