Empoderamento Feminino

“Great Breakup”: Você sabe o que é?

A exaustão, a falta de reconhecimento e o desejo por uma cultura organizacional melhor tem feito muitas líderes se demitirem das empresas onde trabalham nos EUA. Isso foi o que mostrou, ano passado, a pesquisa Women in the Workplace, feita pela iniciativa Lean In Org da qual faço parte com o programa Lean In Circle Brasil e e pela consultoria McKinsey com 333 empresas americanas que empregam mais de 12 milhões de pessoas.

A principal conclusão do levantamento é que os pedidos de demissão de mulheres líderes em 2021 (10,5%) ultrapassou os de homens líderes (9%) e a diferença entre esses dois números é a maior registrada nos últimos tempos. De acordo com a pesquisa, para cada mulher no nível de diretora que foi promovida, duas mulheres em cargos de direção estão optando por deixar a empresa onde trabalham.

A pesquisa deu o seguinte nome a esse “fenômeno” como The Great Breakup, ou O Grande Término, fazendo uma referência ao movimento The Great Resignation, o fenômeno das demissões em massa que começou nos Estados Unidos e hoje ganhou o mundo.

Num mundo onde ainda existem tetos de vidro, a jornada das mulheres líderes no local de trabalho é repleta de resiliência e determinação. A cada passo em frente, enfrentam desafios únicos; desde a luta contra estereótipos até ao combate a preconceitos inconscientes, estas líderes navegam num cenário complexo.

Uma das principais questões é que as mulheres líderes muitas vezes não recebem o apoio necessário das suas organizações para terem sucesso e evitarem o esgotamento. As difíceis condições de trabalho provocadas pela pandemia exacerbaram ainda mais as desvantagens que as mulheres já enfrentavam no local de trabalho, como as disparidades salariais entre homens e mulheres.

Elas enfrentam numerosos desafios adicionais, incluindo a falta de oportunidades de progressão, flexibilidade, ajustes entre vida pessoal e profissional, reconhecimento, compromisso da empresa com a diversidade, equidade e inclusão (DEI), apoio dos gestores, remuneração desigual e preconceitos inconscientes. Estes desafios tornam mais difícil para as mulheres alcançarem cargos de liderança sénior e aumentam a probabilidade de saírem assim que alcançarem essas posições.

O stress e o esgotamento resultantes de pressões relacionadas com o trabalho têm um impacto físico e mental nas líderes femininas. 

O levantamento desta pesquisa ainda mostrou que existem alguns motivos para as mulheres líderes estarem se demitindo de suas empresas.

Você imagina o que seria?

Se pensou em falta de ambição…ERROU! Pois elas têm tanta ambição quanto os homens de serem promovidas e reconhecidas por seus trabalhos, mas enfrentam mais obstáculos; elas estão sobrecarregadas e exaustas e por isso desejam uma melhor cultura no local em que trabalham.

Compreendo que para se buscar soluções a este “fenômeno” as empresas precisam investir no apoio às suas líderes femininas, fornecendo recursos, orientação e oportunidades na criação de comunidades fortes onde mulheres apoiem mulheres e onde homens façam parte desta jornada.

E nesta linha de pensamento que a pesquisa então sugere alguns caminhos para as empresas pare enfrentamento a esta situação:

  • Oferecer regimes de trabalho flexíveis que apoiem as mulheres na gestão das suas funções em casa e no local de trabalho. Isto é particularmente importante para as mães que trabalham e que necessitam de flexibilidade para equilibrar a sua vida pessoal e profissional.
  • Devem desenvolver programas de mentoria e proporcionar orientação e oportunidades de desenvolvimento de carreira para profissionais do sexo feminino. Isso pode ajudar as mulheres a crescerem em suas carreiras e a se sentirem apoiadas dentro da organização. Além disso, as organizações podem investir no desenvolvimento profissional e proporcionar oportunidades aceleradas de liderança para as mulheres.
  • Para promover a diversidade e a inclusão, as empresas devem estar conscientes dos preconceitos inconscientes e comunicar a importância de os gerir. Devem também promover a igualdade salarial e desenvolver programas estratégicos de formação centrados na inclusão e na diversidade.
  • As organizações também podem implementar estratégias como a criação de grupos focais de mulheres de vários níveis para identificar e abordar preconceitos conscientes e inconscientes. 
  • A parceria com organizações com ideias semelhantes, a oferta de bolsas de estudo para estudantes do sexo feminino e o estabelecimento de metas concretas para aumentar o número de mulheres em cargos de gestão podem demonstrar o compromisso de uma empresa com a igualdade e a diversidade de gênero.

Vale lembrar que o objetivo destas destas mulheres não é focado apenas em seu sucesso pessoal, mas também uma cruzada pela igualdade de gênero, à medida que abrem caminho para que as gerações futuras superem barreiras e ascendam a novos patamares profissionais.

E é olhando para este lugar que ofereço ao mercado soluções para que mais mulheres cresçam em suas carreiras. E as que estão no topo não desistam depois de terem caminhado tanto para chegarem nele.

Os programas oferecidos pelas Illuminas Assessoria e Treinamentos trazem em seu DNA: espaços de troca, autoconhecimento e construção de rede de apoio para dentro da empresas. Quer saber mais? Me chame para conversarmos.

Sobre a imagem que ilustra este post: Charge do peruano Carlin, que viralizou após ser compartilhada no Twitter pelo bilionário indiano Anand Mahindra, em 2019, que se viu pela primeira vez em uma jornada dupla ao passar uma semana como cuidador do neto. Ele publicou a imagem acompanhada do seguinte texto:

“Eu ajudei a cuidar do meu neto de um ano na semana passada e isso me trouxe a dura realidade dessa imagem. Saúdo cada mulher que trabalha e reconheço que os seus sucessos exigiram um esforço muito maior do que os seus pares masculinos.”

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