Empoderamento Feminino

Transformação, igualdade, ação ativa

Se você não gosta da sua realidade, mude sua mente!

Ouvi esta expressão em um curso que fiz recentemente na D.School, a Escola de Design Thinking e Inovação de Stanford. Ela ficou gravada em minha cabeça por parecer funcionar para as maiores questões que enfrento no meu dia a dia. Para as Empreendedoras Rosa, pode ser desde escolher o momento e forma certos de fazer uma nova proposta de negócio, a força para abordar aquela pessoa chave depois de uma palestra, as palavras certas para dar um feedback “doloroso”, se casamos ou compramos uma bicicleta ou o momento de ter um – ou outro – filho, sempre estamos lidando com uma “realidade”, que na verdade é a nossa perspectiva coletiva sobre algo.

Fonte da imagem: tocadacotia.com

O prêmio Nobel Daniel Kahneman, no livro “Pensando Rápido e Devagar”, explica tintim por tintim como e por que acreditamos mais em histórias minimamente coerentes – e muitas vezes erradas – que em fatos comprovados, seja pela nossa experiência ou pela ciência. Segundo ele as nossas decisões, que parecem tão racionais a olho nu, são na verdade a perspectiva sobre a série de “fotografias” que temos em mente no momento em que as tomamos. É como um storyboard, um filme, um vídeo que nós mesmos criamos juntando partes de nossa memória e que usamos para embasar nossos pensamentos e consequentemente nossas ações. Isso faz com que nossa visão sobre esta realidade seja tão importante quanto a tal realidade em si.

Tenho conversado com muitas pessoas sobre a (des)igualdade de gênero, e muitas vezes ouvi e pensei que o melhor caminho seria agir em silêncio. Como se tivéssemos que “provar” algo por ações, e não ficar “só” falando sobre o tema. Mas isso me incomodava. Me incomodava porque, como empreendedora, algumas vezes já me senti diminuída pelo maravilhoso fato de ser mulher, e isso não é justo. Encontrei outras mulheres com sentimentos parecidos e fizemos um encontro com ainda mais mulheres que – descobrimos – tinham belas reflexões e soluções para nossos problemas, e novos problemas e desafios para pensarmos em como resolver.

A partir dessas e outras reflexões e experiências, ficou claro para mim que não é só necessário mudarmos nossas ações, mas também mudarmos nossas mentes e provocações, e a partir disso mais mentes ao nosso redor. Serve para as pequenas ações do dia a dia e para os grandes projetos. Afinal, se não falarmos com clareza por nós mesmas, ninguém falará. Não necessariamente por não achar o tema relevante ou pertinente, mas muitas vezes por ter sua mente ligada a alguma história que não reflete a realidade que vivemos todos os dias.

Em uma chance incrível de conversar com David Kelley, fundador da IDEO e um dos criadores do Design Thinking, sobre o tema por (intermináveis e rapidíssimos) 20 minutos, de debater realmente o assunto indo do “espere só mais uns 10 anos e você vai ver… as mulheres já são maioria nas universidades e logo estarão muito mais presentes como lideranças” ao “nossa, você tem razão, elas são maioria há mais de 10 anos e ainda não temos igualdade nem no mercado de trabalho”, tive a certeza de que nossas palavras precisam estar mais livres por aí para fazer mais a diferença.

Não vamos deixar passar. Vamos aparecer sem medo. Vamos estar mais conectadas, contar mais histórias de mulheres extraordinárias e debater mais sobre o que queremos e o que essa igualdade significa? Agradeço ao Empreendedorismo Rosa por este espaço lindo de troca e inspiração de homens e mulheres para um mundo mais empreendedor e mais colorido! Logo lançaremos mais uma ação que irá contribuir com esta mudança. Estamos juntas!

Liziane Silva é cofundadora e CEO da INK – que inspira, forma e conecta pessoas e organizações para que criem, construam e transformem suas realidades através da ação empreendedora. É também cofundadora da rede Global Shapers em Curitiba. Economista pela UFPR, multiplicadora para o Brasil da Certificação Internacional em Gestão de Projetos Sociais PMD Pro1, certificada no programa Innovation Master Series pela Stanford University e em Avaliação de Programas Sociais pelo MIT Poverty Action Lab e PUC Rio. Anteriormente fez parte da Aliança Empreendedora e da AIESEC, sendo Diretora de Gestão de Pessoas, Presidente e Chair do Conselho da AIESEC Curitiba.

TRADUÇÃO

Transformation, equality, active action

If you don’t like your reality, change your mind!

I heard this expression in a course I took recently in d.school, School of Design Thinking and Innovation at Stanford. It got recorded in my mind because it seems to be useful to help me with the biggest issues I face daily. For “Pink Entrepreneurs”, it can be to choose the right time and best way to make a new business proposal, the strength to approach that key person after a lecture, the right words to give a “painful” feedback, if we get married or get a new bike or the time to have one – or the another – kid, we are always dealing with a “reality”, which is actually just our collective perspective on something.

Nobel laureate Daniel Kahneman, in his book “Thinking Fast and Slow” explains in great detail how and why we tend to believe more in minimally coherent – and often wrong – stories then in proven facts, that can come either from our experience or science. According to him our decisions, which seem so rational to the naked eye, are actually the perspective on the series of “photographs” that we have in mind at the time that we take them. It’s like a storyboard, a movie, a video that we create ourselves by joining parts of our memory and use to base our thoughts and consequently our actions. This makes our view of this reality just as important as reality itself.

I have talked to many people about the gender (in)equality, and often heard and thought the best way would be to act quietly. As if we had to “prove” something by our actions, and not be “just” talking about the topic. But it bothered me. It bothered me because as an entrepreneur sometimes have felt diminished by the wonderful fact of being a woman, and that’s not fair. I found other women with similar feelings and we organized a meeting with other women whom – we discovered – had amazing reflections and solutions to our problems, and new problems and challenges that we needed to think about how to solve.

From these and other thoughts and experiences, it became clear to me that it is not only necessary to change our actions, but also change our minds and provocations, and from that more minds around us. This fits small everyday actions and large projects. After all, if we do not speak clearly for ourselves, no one will do it. Not necessarily because they do not find the topic relevant or important, but often by having their mind stuck to a story that does not reflect the reality we live every day.

In an incredible chance to chat with David Kelley, founder of IDEO and one of the creators of Design Thinking, on the topic for (endless and extremely fast) 20 minutes, of really debating  the issue going from “just wait another 10 years and you will see … women are the majority in universities and will soon be much more present as leaders” to ” wow, you’re right, they have been a majority in universities for over 10 years and still we do not have workspace equality” I was surer that our words need to be freer to make a bigger difference.

Let’s not let it pass. Let’s show ourselves with no fear. Let’s be more connected to each other, tell more stories about the extraordinary women around us and debate more about what we want and what this equality means? I thank Empreendedorismo Rosa for this beautiful space for exchange and inspiration of men and women for a more entrepreneurial and colorful world! We will soon launch another action that will contribute to this change. We are together!

Liziane Silva is cofounder and CEO of INK – which inspires, trains and connects people and organizations to create, build and transform their realities through entrepreneurial action. She is also cofounder of the Global Shapers hub in Curitiba. Economist graduated in UFPR, multiplier of the Project Management for Development – PMD methodology for Brazil , certified in the Innovation Master Series Program at Stanford University and in Social Programs Evaluation by PUC-RJ  and the MIT Poverty Action Lab. Before was part of Aliança Empreendedora and of AIESEC, being People Management Director, President and Chair of the Board of Advisors of AIESEC in Curitiba.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Nenhum comentário “Transformação, igualdade, ação ativa”